Cenas Corriqueiras - Glecia Sousa



CENAS CORRIQUEIRAS

Às vezes
Observo essas pessoas
Sozinhas pelas ruas
Nas calçadas, pontos de paradas,
À mercê da sociedade
Sujas, sem cobertores,
Que lhes aqueçam no frio da madrugada.
Sem alimentos,
Que saciem a fome que os corrói
Sem família, sem amor, sem um gesto afável,
Que lhe cure a dor.

O que se esconde por trás
Da solidão de cada um?
O que os levaram
Há sozinhos seguirem seu rumo?
Um destino solitário
De memórias esquecidas
De dores sufocadas
Apagadas da memória
Ou quem sabe apenas
Omitidas.

O que mais dói
É ver pessoas sentindo nojo
E até praguejando essas pessoas
Como se elas sozinhas fossem culpadas
Da vida que levam,
Sem ao menos saberem suas histórias de vida;
Sem sentirem as suas dores
Sem pensarem para agirem
Numa forma de ajudá-las.
Como são hipócritas,
Como são mesquinhos,
Os que julgam sem verem ou sentirem
A dor que esses seres sentem
A vida que eles têm.



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